Trabalhos 2018

Escola Secundária Jaime Moniz (Funchal)

2º Escalão: a partir do 2º ciclo até ao ensino superior

Fotografias:

Estrutura em arame onde foi entrelaçada a base da árvore
Início do entrelaçado da base do pinheiro toda feita com embalagens de cartão de alimentos líquidos (leite) da marca Tetra Pak
Base da árvore concluída
Pormenores de alguns adereços da árvore feitos com 10 embalagens da marca Guloso, onde é evidenciada a marca FSC®, guloso e o símbolo Tetra Pak
Pormenores de alguns adereços da árvore feitos com 10 embalagens da marca Guloso, onde é evidenciada a marca FSC®, guloso e o símbolo Tetra Pak
Pormenores de alguns adereços da árvore feitos com 10 embalagens da marca Guloso, onde é evidenciada a marca FSC®, guloso e o símbolo Tetra Pak
Pormenores de alguns adereços da árvore feitos com 10 embalagens da marca Guloso, onde é evidenciada a marca FSC®, guloso e o símbolo Tetra Pak
Pormenores de alguns adereços da árvore feitos com 10 embalagens da marca Guloso, onde é evidenciada a marca FSC®, guloso e o símbolo Tetra Pak
Vista global da árvore
Vista parcial da árvore- vista parcial

Memória Descritiva:

Não é que aqui cheira a Natal? A construção do nosso fantástico pinheiro de Natal, “O Guloso”.
A semente deste projeto foi lançada na sala de aula, onde todas as nossas criações são muito familiares a um distante destino como é o Pólo Norte. A nossa professora Nivalda vestiu a pele do Pai Natal, determinada apesar do frio, assertiva e mobilizadora, afinal não é fácil controlar 26 duendes em sintonia num trabalho que prima pelo espírito de equipa.
A azáfama foi grande, mas tudo aconteceu de forma ordeira e com dedicação. Cada aluno emprestou a sua criatividade ao projeto e todos pareceram compor, a cada momento e a cada desafio, uma verdadeira linha de montagem de brinquedos.
Depois do desenho do projeto, mãos à obra. Os vazios e dispensáveis pacotes de leite ganharam forma com a reutilização e renasceram como a estrutura principal do nosso luminoso pinheirinho. Uma vez lavados os pacotes vazios, os duendes recolheram-nos durante semanas, num apelo à solidariedade, pelas mãos de Mónica, João Pedro, Ricardo e Diogo.
O incansável e imparável Roberto aparou as zonas desnecessárias dos pacotes de leite, bem como a sua triagem. Nas linhas desenhadas com precisão nos pacotes de leite, encontraram-se outros duendes, nomeadamente a Carolina, a Jéssica, o Vítor e a Laura.
O grupo seguinte teve a missão de cortar os pacotes de leite de forma milimétrica, sem margem para falhas. Todas as tiras tiveram que ficar simétricas. Uma missão confiada ao grupo do André, do Duarte, da Laura Pestana, da Catarina Pestana, da Mendes, da Joana, da Bárbara e da Adriana.
Outro grupo foi convocado a agrafar as tiras, recortadas de maneira incrível, de modo a tornar a montagem do pinheiro mais acessível. Uma tarefa atribuída aos duendes Freches, Cristiana e Rúben.
Num cantinho da sala, discreta mas abnegada, a duende Neide construiu a linda estrela vermelha, a ser colocada no cimo do pinheiro, qual cereja no topo do bolo. Afinal, no Natal, todos os caminhos vão dar a um céu estrelado de luz e som.
A Sara e a Daniela foram as obreiras dos flocos vermelhos e brancos, dando orientações precisas aos restantes duendes. Cada um elaborou os seus flocos e, bem pode dizer-se, que espalharam magia. Ficaram um espanto! É uma construção mágica, pois ao contar com a colaboração de todos os duendes, a obra que nasce tem outro encanto. Todos contribuíram, com muito esforço e dedicação, desde os mais habilidosos, verdadeiros artistas, aos menos ágeis, que trabalharam os seus flocos de neve como um carpinteiro trabalha as suas tábuas.
Por fim, A Sara e a Daniela juntaram-se à Mariana na construção desta linda árvore. Foram estas incríveis mãozinhas que entrelaçaram as tiras dos pacotes de leite nos arames da estrutura, construída pelo professor Menezes com a ajuda dos pacientes funcionários da escola, que serenamente aturam as nossas loucuras e birras.
A nossa função é escrever, para vós, este pequeno texto, para memória futura, e a partir do qual poderão ter a noção daquilo que se passou na nossa fábrica. Nós, situados numa espécie de "miradouro", qual repórteres, a dar-vos conta de um processo criativo que mostra que a originalidade não tem tempo nem espaço. Vem-nos à memória a tarefa dos marinheiros portugueses rumo à Índia, a passagem do Cabo das Tormentas, do nada ao tudo, e a célebre máxima de Fernando Pessoa, que nos acompanha sempre, "Quem quer passar o Bojador tem de ir além da dor".
Foram estas e outras peripécias vividas para que nascesse um pinheiro da reutilização de materiais que talvez não lembrasse a ninguém, mas tão só a todos os que procuram a originalidade e a defesa do meio ambiente.
É bem verdade que pedimos inspiração às Musas, qual Camões em réplica modesta, que nos desse engenho e arte para urdir um texto que não deslustrasse nem a grandeza da árvore nem a vossa alma de empreendedores, vós os duendes da criação.
Dedicamos esta obra ao mundo e aos homens, sempre acreditando que vale sempre a pena desafiar os nossos limites e abrir a porta da criatividade. Todos funcionaram como uma orquestra bem ensaiada e, acreditem, sem imodéstias, o espetáculo é único porque contém nele a lição da urgência de reciclar, reutilizar e amar o nosso planeta. Esta é a sinfonia que vos oferecemos.
Luis Francisco
Raquel Vasconcelos